Cisne Negro

e crises empresariais

O primeiro registro confirmado de um cisne negro ocorreu após a chegada do explorador holandês Willem de Vlamingh à Austrália em 1697. Antes disso,  acreditava-se que todos os cisnes eram brancos, pois nunca se tinha visto um cisne de outra cor. 

Lembrei disso num fim de tarde no qual eu corria ao redor de um lago aqui em Sydney. Naquele dia eu descobri que uma grande população de cisnes negros vivia naquele habitat.

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Na hora lembrei de um conceito sensacional do Nassim Nicholas Taleb, conhecido por suas críticas às práticas padrão na gestão de riscos e teoria da probabilidade em finanças e economia.

Entendendo a Base do conceito

O livro “Cisne Negro” de Taleb explica que até serem descobertos na Australia, ninguém acreditava que existiam aves que não fossem brancas. Então ele cria uma analogia abordando eventos altamente improváveis que, após acontecerem, são tratados por alguns experts no mundo empresarial como algo previsível.

Ou seja, basicamente uma crítica aqueles “engenheiros de ponte construída” que não realizam nada, mas sempre tem uma opinião a respeito de como poderiam fazer melhor algo que agora está pronto. Fácil né? 

Em síntese, aqui estão os pontos que considero mais interessantes:

Improbabilidade e Impacto: Taleb define "Cisnes Negros" como eventos raros e imprevisíveis que têm consequências enormes. Ele argumenta que, embora sejam raros, esses eventos moldam grande parte do mundo em que vivemos.

Crítica à Teoria de Mercado Financeiro: Ele critica modelos financeiros que subestimam a probabilidade de eventos de mercado extremos, argumentando que isso leva a uma falsa sensação de segurança e a crises financeiras.

Falácias Narrativas: Ele critica a tendência humana de criar histórias e narrativas para explicar esses eventos imprevisíveis depois que eles acontecem, uma abordagem que ele considera enganosa.

Gestão de Risco: Taleb argumenta que, em vez de tentar prever eventos impossíveis de prever, deveríamos construir sistemas e instituições que sejam robustos ou até antifrágil - capazes de se beneficiar ou resistir a choques inesperados.​

Da teoria, a prática.

Agora, você já parou para pensar em situações que aconteceram em sua empresa, que poderiam ser evitados?

 

É isso que veremos agora. 

Ainda consigo lembrar  quando, na minha infância, escutava “pessoas mais velhas”  se queixando sobre o mercado. Segundo eles, suas empresas estavam indo muito mal e isso era culpa das decisões econômicas do início da década de 90 no Brasil. Anos mais tarde, quando comecei a empreender, conheci empresários que passaram aquele período turbulento e ainda estavam de portas abertas. Mais do que isso, eles me disseram que naquela fase conseguiram não só sobreviver, mas prosperar e fortalecer seus negócios porque muitos dos seus concorrentes não aguentaram o mercado como era.

Isso me fez questionar:


Como a mesma crise econômica pode quebrar algumas empresas e fortalecer outras?

Não se trata do ramo de atividade, pois empresas do mesmo setor enfrentaram  crises de maneiras diferentes, seja na década de 90, em 2009, ou durante pandemias globais. 

No final, algumas fecharam as portas, outras sobrevivem e outras prosperaram. 

A mesma história se repete, so muda a década ou o século. 🔁

E aí que o livro do Taleb faz todo sentido, e vejo esse comportamento em muitos donos de empresa. De um lado a tendência de que querer prever o futuro, de outro a “mania” de terceirizar a culpa quando algo não acontece como esperado. 

 

Tomemos como exemplo algumas estatísticas de empresas que sofreram na pandemia.

Na Austrália, as duas principais companhias aéreas são Qantas e Virgin Australia. Durante a pandemia, ambas enfrentaram sérias dificuldades. De acordo com um relatório da Australian Securities and Investments Commission a Virgin Australia entrou em administração voluntária em abril de 2020. Segundo o relatório anual da época, foi um reflexo direto do impacto da pandemia.

Por outro lado, a Qantas, apesar de enfrentar os mesmos desafios, mostrou uma recuperação mais robusta. Em seu relatório anual de 2021, a Qantas reportou uma melhoria significativa em sua posição financeira, destacando a eficácia de suas medidas de mitigação de riscos.

 

Mas veja isso, e agora que a história fica interessante. Analisando os relatórios anteriores à pandemia, notei que a Virgin já exibia sinais de alerta em seu desempenho financeiro de 2019. Ou seja, não tem nada a ver com a pandemia. A crise somente deu um “empurrãozinho” em algo que aconteceria naturalmente em alguns anos. 

 

A lição é clara: empresas e indivíduos em situações financeiras precárias tendem a sofrer mais em tempos de crise. Ok, eu sei que não precisa ser nenhum gênio para chegar a essa conclusão, certo?

Então porque isso acontece?

 

O ponto já levantado no início desse texto responde isso: 


O engano é mais fácil de gerenciar do que a verdade.

Assumir que a gestão da empresa não está boa exige mudanças, quem sabe até a demissão do líder. Então quanto mais elementos externos utilizarmos para justificar a desempenho fraco, mais tempo ganha-se para dar um jeito de melhorar o que não está bom.

Empresas como a Virgin são gigantescas, e claro que o conselho já sabia dessa notícia antes da pandemia. Mas e o empreendedor de pequeno negócio, será que ele sabe a real situação da sua empresa?

Posso afirmar que não, infelizmente. Uma constante confusão entre capital de giro e lucro. Sem saber de fato qual é qual. 

E é nesse momento em que os empresários e as empresárias viram funcionários mal pagos que trabalham como escravos para suas próprias empresas. 

 

Daí que vem a célebre afirmação 

 

"Aquele que trabalha o dia todo não tem tempo para ganhar dinheiro".

Simples, se alguém está constantemente ocupado com trabalho manual ou tarefas, não terá tempo extra para investir em outras atividades ou negócios que possam gerar mais renda e lucro.

Se o Jeison de hoje tivesse uma janela de um minuto para conversar com o Jeison do passado, … a mensagem seria a seguinte:

Ei, eu tô vindo do futuro e tenho pouco tempo, então preste atenção: 

Tudo vai mudar quando a empresa crescer, e você precisa estar preparado. Crie uma rotina de gestão e então tudo dará certo. 

Aprenda esses 4 pontos e tudo ficará mais claro:

Análises quinzenal de fluxo de caixa.

Análise mensal de balanço patrimonial.

Análise semanal de lucratividade.

Estudo de mercado.

Qualquer dono de empresa DEVE fazer isso.  Vou além, afirmo que qualquer gestor que faz regularmente essas análises básicas está preparado para as frequentes tempestades do mercado. 

Não importa se você sabe ou não fazer essas análises, repito, básicas.

 

A questão é que agora você não pode fingir que não entendeu o que eu escrevi, e neste exato momento começa uma separação entre empresário x “escravosário”.

Se você não aplica as análises, o que precisa ser feito para aplicar?

Se você não sabe como aplicar, o que fará para aprender?

Se você não sabe do que estou falando, o que fará para se familiarizar com o assunto?

No final das contas a sua postura perante daqui em diante definirá de qual lado você estará na próxima instabilidade de mercado. Então que história você contará? 

Portas fechadas?  Sobrevivência? ou…. Ampliação e lucro maior do que antes da crise!

 

Está literalmente em suas mão, e eu espero que você não precise usar as instabilidades de mercado para justificar seus fracassos, mas sim para alavancar seu sucesso. 

Agora, não tem problema se você não sabe como preparar sua empresa para fazer essas análises.

Você pode contar comigo para te ajudar.  

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